Deste modo, as ilhas constituem um cenário único para serem caracterizadas como um sítio de monitoramento a longo prazo sustentando
comunidades preservadas e alta taxa de endemismo. Por não apresentarem os típicos impactos causados pela urbanização crescente na
zona costeira, torna-se possível identificar com segurança as devidas fontes de impactos (como a sobrepesca), e as consequências
diretas no sistema. Tal indicação é de difícil precisão na costa onde o sinergismo de distúrbios não permite isolar cada processo. Ainda,
estando as ilhas sobre controle do ICMBio, com algum status de proteção (Fernando de Noronha = Parque Nacional; Atol das Rocas =
Reserva Biológica), ou com programas de pesquisa continuada com o apoio logístico da Marinha do Brasil e financiamento do CNPQ
(ASPSP e Trindade), regras de manejo e conservação podem ser mais eficientemente implantadas sem gerar conflitos com os diversos
grupos de usuários das áreas, situação também comum quando se trata dos sistemas costeiros onde 50% da população se acumula.
Os componentes bióticos a serem monitorados incluem compartimentos do plâncton, bentos e nécton, juntamente com fatores
oceanográficos, além de indicadores da microbiota associada, da diversidade genética e funcional dos sistemas recifais. Esses
componentes se integram de modo a incluir os melhores indicadores frente aos impactos antropogênicos, já identificados para as ilhas
oceânicas, bem como possíveis mudanças globais. A equipe multi-institucional da presente proposta é a mesma que compõe o SISBIOTA
MAR (http://www.sisbiota.ufsc.br), possuindo dados pretéritos para a maioria dos componentes bióticos ao monitoramento continuo, e
que em consenso elegeram as ilhas como importantes sítios para um PELD. Da mesma forma, a equipe e instituições envolvidas (UFF,
UFRJ, UFSC, UFES, UFC) são capacitadas e possuem toda a infraestrutura para amostragens de longo prazo. |